Definição de companheirismo: "Se dispor a
caminhar junto com o amigo, namorado, marido, haja o que houver. Pagar o preço
por aquele vínculo estabelecido". (Desconhecido)
Estive pensando sobre a vida, ela
por um todo, desde o seu nascimento, até o dia em que veremos o nosso Deus.
E também sobre tudo o que nos
envolve, o que vivemos e o que deixamos pra trás.
Na nossa caminhada, temos
diversos tropeços, mas também acertos, mas creio que um dos maiores acertos na
nossa área sentimental, seria encontrar o “príncipe encantado”. Digo isso,
porque estou vendo de perto, o que a escolha da pessoa certa no presente, o
escolhido de Deus, pode ter efeitos futuros.
Minha avó esta passando por
graves problemas de saúde, mas ainda consigo ver coisas boas por trás disso!
Ela não está sozinha, ela teve um amor, e hoje tem um companheiro.
Durante anos, ela esteve casada,
teve seus altos e baixos, mas diante de tudo o que viveu e enfrentou, esteve
sozinha, na maior parte das vezes. Ela foi casada durante uns 16 anos e ficou
10 anos separada. Teve perdas pequenas, mas também perdas que mudaram a rotina
dela pra sempre.
Uma dessas perdas foi a perda de
quem ela cuidou durante uns 40 anos, a do meu pai... Creio que quando tudo
aconteceu, ela já não tinha chão, muito menos motivos para prosseguir. Diante
do histórico, de tanto sofrimento, e de tanta desilusão, ver aquele a quem ela
passou fome pra sustentar, passou tristezas para o ver alegre, viveu para dar
vida, diante de tudo aquilo, nada mais importava.
Contudo, mediante a tal situação,
quando achava que definitivamente estaria sozinha, foi onde a grande escolha,
que lá no passado, nos seus vinte e poucos anos, fez sentido. Sabe aqueles
sentimentos de adolescente? Aqueles que te faz sentir borboletas no estomago,
mas que depois de um tempo, “apagou”? Diante de desafios do dia-a-dia, já não
era como antes? Pois é... foi ali que se tornou comum, ter alguém do lado. Não
que fizesse alguma diferença, mas a pessoa estava ali, sem ao menos ser vista,
durante os dez anos de separação.
Mas tudo começou a ter sentido,
um ano após a grande perda.
Meu avô, durante os dez anos que
ficaram separados, nunca se distanciou. Estava ali, pertinho, presenciando tudo,
mesmo sem participar. Os motivos que os fizeram se separar, na verdade, nunca
tinham sido superados, afinal, foram motivos tão tolos, que não fez muita
diferença, afinal, só trocaram de casas rsrs. Mas quando meu pai se foi,
aquelas visitas para minha vó se tornaram cada vez mais repetidas. Eram
agrados, simples, que iam de um bombom a um pé de repolho kkk (minha avó ama).
Ele relembrava tudo o que ela gostava, os bons momentos que tiveram, para
reacender aquela chama que se apagou com o passar do tempo. Para muitos era
impossível, afinal, você estar na casa de seus sessenta anos, com tanta
tristeza, abrir espaço para um amor passado, não é em toda esquina que você vê.
Mas como um bom brasileiro, persistente, ele conseguiu. Sim, ele abriu uma
fresta no coração partido dela e reconstruiu o que estava desmoronando.
Hoje, com um pouco mais de 2 anos
de casados, (sim, hoje são casados no papel e na igreja, tão lindo *-*),
tiveram mais uma barreira para ultrapassar. Minha avó está com câncer. Graças a
Deus, esta sendo tratada, mas sempre há suas preocupações. Faz uma semana que
ela não está nos seus melhores dias... Esta com tontura, perdas de memorias, e
mais algumas complicações, mas como citei no inicio do texto, é onde o amor se
tornou companheirismo.
Quando em qualquer momento, meu
avô poderia largar tudo, deixar ela de lado e nem se importar, ele fez o
contrario. Ele cuida, dá banho, protege, alimenta, cozinha, limpa, passa e
ainda é marido!
Deus é tão maravilhoso, que ao
traçar o caminho deles, sabia o que cada um necessitava em especial para
completar o outro. Não foi apenas a atração física da juventude, mas foi
sentimento de verdade!
Hoje, neste mundo, não se vê mais
famílias construídas e sólidas. Apenas podem-se ver cacos por onde anda...
Famílias desestruturadas, onde o filho não sabe o que é a presença de um pai ou
mãe, sem um modelo de família a seguir e visionar.
Entretanto, ver que mesmo depois
de trinta anos de relacionamento, os dois ainda “suportam” um ao outro, me faz
ter motivos pra ter a minha família, e ser exemplo pros meus netos, assim como
eles, hoje, são pra mim.
Eles vivem o que a palavra de
Deus diz, em 1 Coríntios 13:7, que o amor “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta”.
Que as nossas vidas, possam
seguir o exemplo dos meus avós, que tudo suportaram, tudo sofreram, mas em
tudo, tiveram amor! E foram sábios, ao escolher o seu “Príncipe Encantado”.
Deus abençoe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário